Kuala Lumpur
Vou-me embora
para a Malásia.
Lá, nas Petronas subirei
sobre as formas geométricas e culturais
e o céu tocarei.
E por falar em forma,
para a Ilha da Mulher Grávida vou,
saciar minha sede de saber
na única água bebível
cercada pelo sal desses Tigres Asiáticos.
No Estado de Málaca,
me encontro com parte minha.
Especiaria, ouro e chá;
“Bar Portogesi”, onde algo próximo ao Camoniano
se pode ouvir num lamento.
E numa fazenda sem nome,
sem nome sei que ficarei.
Só aqueles sábios crocodilos
poderão-me ensinar,
através do beijo hipnótico,
a virtude em ser e estar.
A doce Dinamene,
que medita e que me vê,
me envolve como a Python,
que envenena minha razão.
Mas, não sou Luís Vaz,
ou coisa que o valha.
Sou apenas como os orangotangos
que, nessa Selva Asiática,
busca resposta
para o que nem sei
se é pergunta.
E a devastação mata
o primata;
meu verdadeiro ancestral.
O outro é misto
e já não se sabe,
se é pátria ou se é lábia.
Fala, como pode ser
verbo, início,
se não for
antes bruto a lapidar;
primitivo e aberto a interferências?