óleo sobre tela de Jorge Rodrigues


ESPELHO


 
Não há mal maior: melancolia
Que paira e não consegue pousar,
Por lânguidas asas sem sintonia,
Farfalhando o espaço, sem ousar.

 
Qualquer teco em matéria serviria,
Qualquer plano, reta ou ponto no ar,
Real ou postulado, par lhe faria,
E assim, nasce a tristeza sem rimar.

 
A lágrima sempre será salina,
Por ter no contraponto imenso mar,
Não há palavra alguma que defina

 
Sentimento qualquer que não tem par,
Coração e emoção, que bailarina,
Inexistente, não terá onde espelhar...
 
 
José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 04/06/2010
Reeditado em 06/08/2010
Código do texto: T2298375
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