Minha namorada

Apanhei, curioso, lá na estante

da vida, aquela mais distante,

a terceira no final do corredor,

com as obras de maior valor,

dos mais instigantes enredos,

o livro dos seus segredos.

Perdão, meu amor, lhe peço,

pelo que fiz e aqui confesso,

queria a certeza, doce amada,

de que será minha namorada.

Busquei pelas páginas, ávido,

ocultada a emoção, impávido,

em pesquisa bem cuidadosa,

fui a detalhes da sua prosa.

Até que o repus bem devagar,

para ao mundo todo anunciar

a novidade mais feliz, enorme,

que estava nele o meu nome.