Soneto do Primeiro Amor.

Quem dera ter Amor fosse o bastante

E apenas por amar ser consagrado;

À luz do Amor saber-se iluminado,

Sustendo a eternidade neste instante.

Pudera, então, conter neste rompante;

Viver, sentir o corpo abandonado

E desejar no toque inusitado

A dor que dói bendita e lancinante.

A falta que desdobra no meu peito

Não saberá do amor que desespera

Não sabe do sorriso, que sem jeito,

Disfarça quando encara na jornada,

A força do algoz e da quimera,

A comunhão que traz a coisa amada.