Os sussurros que lanço

Nada mais me prende,

pavor algum me surpreende.

Desejo tudo e nada, sincronicamente.

Cobiço ser presa e pássaro errante,

contradição (in)constante;

ser em conflito,

tão certeiramente (in)definido!

O sono é inquietante.

A amargura, uma constante.

Lapsos de exaustão,

tédio angustiante.

Não sei que destino merece

isto ou aquilo de meus versos.

Apenas sei que, no escuro,

meu espírito embebe

as entrelinhas que teço,

os sussurros que lanço,

bradares intrínsecos

à minha própria vontade.

Se um dia não puder mais pintar versos,

de nada passarei a coisa alguma.

Almas em mim emudecerão

e mais um caminhante serei,

em busca de migalhas

para fartar um coração

que não almejará mais que pão

para alcançar a razão

de tantos ruídos

e ranger de dentes.

Isa Resende
Enviado por Isa Resende em 02/06/2010
Reeditado em 02/06/2010
Código do texto: T2295498
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