Os sussurros que lanço
Nada mais me prende,
pavor algum me surpreende.
Desejo tudo e nada, sincronicamente.
Cobiço ser presa e pássaro errante,
contradição (in)constante;
ser em conflito,
tão certeiramente (in)definido!
O sono é inquietante.
A amargura, uma constante.
Lapsos de exaustão,
tédio angustiante.
Não sei que destino merece
isto ou aquilo de meus versos.
Apenas sei que, no escuro,
meu espírito embebe
as entrelinhas que teço,
os sussurros que lanço,
bradares intrínsecos
à minha própria vontade.
Se um dia não puder mais pintar versos,
de nada passarei a coisa alguma.
Almas em mim emudecerão
e mais um caminhante serei,
em busca de migalhas
para fartar um coração
que não almejará mais que pão
para alcançar a razão
de tantos ruídos
e ranger de dentes.