PELE DE AÇO
Aos poucos a ferida
parou de sangrar.
Foi fechando,
criando uma crosta
dura e feia.
Aos olhos alheios
a cura ocorria.
Por dentro,
um pedaço de mim
morria.
Cerrava-se a abertura
por uma teia
que cerzia,
sobreposta,
uma nova pele, de aço.
A entranha da amargura
foi-se embora.
E eu, visto-me agora
de uma estranha
armadura...
Lina Meirelles
Rio, 01.06.10