Vermelho

Não basta olhar através da janela para senti-lo vir

Ele está em todos os cantos, em pura divergência

Levando embora consigo algo que foi nosso

Como um afago que nunca foi dado em nossa carência

Estarrecidos como fagulhas na fogueira

Todo excesso deve ser poupado, deve ser recluso

À condição de deixar-nos mais pertos do desejo

Evitando que a beleza não entre em desuso

Mas queríamos confrontar as vontades com isolamento

Em um silêncio diante das paredes, diante do espelho

E o que era uma despedida tornou-se um retorno

Entre todas as cores da vida me rendo ao vermelho

Lenilson Alpino
Enviado por Lenilson Alpino em 01/06/2010
Código do texto: T2293764
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