Vermelho
Não basta olhar através da janela para senti-lo vir
Ele está em todos os cantos, em pura divergência
Levando embora consigo algo que foi nosso
Como um afago que nunca foi dado em nossa carência
Estarrecidos como fagulhas na fogueira
Todo excesso deve ser poupado, deve ser recluso
À condição de deixar-nos mais pertos do desejo
Evitando que a beleza não entre em desuso
Mas queríamos confrontar as vontades com isolamento
Em um silêncio diante das paredes, diante do espelho
E o que era uma despedida tornou-se um retorno
Entre todas as cores da vida me rendo ao vermelho