AMOR
Uma voz
Amordaçada, velada, contida,
Apagou um olhar
Turvo, seco, sem cor
Escondendo uma vontade
Voraz, inconseqüente, indolente,
Que, no escuro, só buscava amor.
E, agora, a voz fez-se livre,
Transformando, o olhar, em colorida busca
Que sob lençóis, de branco, tingidos
Libertou-se, em plenitude, e fez amor.
Depois... Mais silêncio...
Amordaçou-se, novamente, a voz
Velada, contida,
Espreitando nova busca colorida
para sob lençóis, de branco, tingidos
Afogar, em mais amor, minha vida.