De prosa com o Universo
Perdi meu dom.
Não escuto mais o som, me perco em falsas rimas
Escrevo traços retos que não me parecem certos
Procuro ganhar, volto a levantar, mas tudo apenas reverbera,
... e me deixa sem ar
Parece certo, mas acaba sendo incerto
Se torna um sentimento vazio, arredio
Mente para si mesmo, ou melhor, não sente
Mente com a mente, o coração recente
É preciso perder para ganhar
Ou os sonhos não sairão deste lugar
Vão ficar etéreos, um sopro no ar
Fora de contexto e longe do alcance
Porque eles existem, eles precisam ser vividos
Sem cores não há dores, sem amores não há flores
Não existe maior perda do que um copo cheio por muito tempo
Que não é bebido até a última gota para depois ser preenchido
De prosa com o universo, antes de estar arrependido
Resolvo contar meus temores
Para não perder meus amores, ou prescrever muitas dores
E escuto novamente o som dos versos, mesmo que ainda tênues
... para preencher o vazio novamente, que perde a seu encontrar