Ciranda infante

A vontade que tinha

Era a de ser jogador

Ai veio à ventania

E meu sonho levou.

O sonho que agora tenho

É o de ser colibri

E na mente o que tenho

É folha em branco para colori.

Sempre fui criança

Desde quando nasci

Mas nunca dei relevância

A gente que nunca vi.

Fui tecido por sexo

Pelo amor gerado

O silencio está anexo

Por que meu som já foi gravado.

Tenho medo do mundo

O qual sempre me criei

Agora penso profundo

Em tudo que maltratei.

Sou do pequeno espaço

Extasiado por terras

Nasci num mundo escasso

Das grandes guerras.

Sou filho do norte, isso sei

Nasci num campo lavrado

Fui menino como todos e aprontei

Cantei o hino do mal amado.

Pisei nos calos desconhecidos

Dos pés de quem já lavei

Tomei café amanhecido

Fui menino falo mais uma vez.

Hoje como o próprio pão

Do sonho que já morreu

Trago na mente em vão

Coisas que me aconteceu.

Faço o que ninguém faz

Canto o que ninguém escuta

Levo o que ninguém traz

Crio palavras enxutas.

Já sonhei com tantas coisas

Vi tudo de bonança

Lembrei de coisas doidas

Voltei a ser criança.

Extemporâneo
Enviado por Extemporâneo em 31/05/2010
Reeditado em 31/05/2010
Código do texto: T2291763
Classificação de conteúdo: seguro