DA ALUCINAÇÃO

Quem diz que jamais cultivou, e quem disse não a possuir mais,

quem confessa ter agora , quem a quer mandar embora.

Me bate, me corra, me mate, se esta verdade doer demais.

Tamanha ogerisa por de quando em vez, enlouquecer,

e esfomeada correr em disparada fome canibal,

sem parar e pensar que alucinação,

acontece, mais frequente, que parece.

Mas

teimosamente e cínica,

e descabelada, e rímel escorrendo,

cigarro corroendo e vinho entontecendo,

em debandada profanar-se , de forma cretina,

proferindo que jamais tatuou,

no sangue/suor e nervos

esta forma de suicídio lento.

Mentirosa, desvairada,

tantas vêzes aos trambulhões,

caida pelas escadas do inconsciente,

ser persona nom grata , prá sí mesmo, unicamente

por escancarar a última página da cena, tão pequena,

iniciada comédia / transgrediu tragédia.

Ensaguentada, por açoites e facadas

desfiar-se,

em contínuo inferno astral,

a cada nervo exposto e não reposto

no mesmo casulo e lugar.

Inicia, então, a purgação. em contínuo rezar:

- "Alucinados também/vocês,

Todos um dia , incluíndo

a incólume, virgem Maria. Amém ".-

Marilene Garcia

Do livro : DO ÙTERO AO AGRADÁVEL

xirua
Enviado por xirua em 31/05/2010
Código do texto: T2291431
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