DA ALUCINAÇÃO
Quem diz que jamais cultivou, e quem disse não a possuir mais,
quem confessa ter agora , quem a quer mandar embora.
Me bate, me corra, me mate, se esta verdade doer demais.
Tamanha ogerisa por de quando em vez, enlouquecer,
e esfomeada correr em disparada fome canibal,
sem parar e pensar que alucinação,
acontece, mais frequente, que parece.
Mas
teimosamente e cínica,
e descabelada, e rímel escorrendo,
cigarro corroendo e vinho entontecendo,
em debandada profanar-se , de forma cretina,
proferindo que jamais tatuou,
no sangue/suor e nervos
esta forma de suicídio lento.
Mentirosa, desvairada,
tantas vêzes aos trambulhões,
caida pelas escadas do inconsciente,
ser persona nom grata , prá sí mesmo, unicamente
por escancarar a última página da cena, tão pequena,
iniciada comédia / transgrediu tragédia.
Ensaguentada, por açoites e facadas
desfiar-se,
em contínuo inferno astral,
a cada nervo exposto e não reposto
no mesmo casulo e lugar.
Inicia, então, a purgação. em contínuo rezar:
- "Alucinados também/vocês,
Todos um dia , incluíndo
a incólume, virgem Maria. Amém ".-
Marilene Garcia
Do livro : DO ÙTERO AO AGRADÁVEL