Dois náufragos numa ilha deserta
Uma era mulher e um era homem
Perdidos ali dois seres humanos
Um tinha beleza, outro não tinha feiúra
Um deles era negro, o outro branco
Um sofisticado e o outro simples
Um tinha superior, outro o fundamental
Um andava acima do peso, outro em forma
(mas no caso em questão os dois estavam magros)
Um era bem humorado, outro nem tanto
Um sorria muito, outro chorava às vezes
Um cria e o outro não nas coisas eternas
Um era exatas, o outro humanas
Um era destemido, o outro temia
Um cantava, o outro silenciava
Um falava o outro mais escutava
Um defendia a guerra, o outro a paz
Um blasfemava, o outro orava
Um sentia saudade, o outro tanto faz
Um queria sobreviver, o outro tanto faz
Um lutava, e o outro, tanto faz
Um era assim, o outro não se sentia capaz
Um achava que ia viver, o outro queria morrer
Um se desesperava, outro só esperava
Um contemplava o horizonte, o por do sol
O outro se recolhia em sua caverna
Um olhava as estrelas e a lua
O outro dormia em depressão
Um dizia, vamos, vai dar tudo certo
Enquanto o outro lamentava o azar
Um caminhava pelo lugar
O outro nem queria ver o lugar
Um dizia que isso acontece
Outro perguntava por que acontece comigo
Um agradecia por nada
E o outro reclamava de tudo
Ali, perdidos naquela ilha deserta
Longo tempo passado em vão
Numa noite de lua, frio intenso
Em volta da fogueira
Diante do mar e embaixo do céu
Eles se olharam e eles se viram
O desejo lhes incendiou o coração
Amaram-se a noite inteira
Como se a primeira fosse a última vez
Não sei se viveram ou se morreram
Não sei se saíram daquela ilha deserta
Sei apenas que era uma noite de lua
Que se amaram a noite inteira
A última vez como se fosse a primeira
(Poesia On Line, em 31/05/2010)
Uma era mulher e um era homem
Perdidos ali dois seres humanos
Um tinha beleza, outro não tinha feiúra
Um deles era negro, o outro branco
Um sofisticado e o outro simples
Um tinha superior, outro o fundamental
Um andava acima do peso, outro em forma
(mas no caso em questão os dois estavam magros)
Um era bem humorado, outro nem tanto
Um sorria muito, outro chorava às vezes
Um cria e o outro não nas coisas eternas
Um era exatas, o outro humanas
Um era destemido, o outro temia
Um cantava, o outro silenciava
Um falava o outro mais escutava
Um defendia a guerra, o outro a paz
Um blasfemava, o outro orava
Um sentia saudade, o outro tanto faz
Um queria sobreviver, o outro tanto faz
Um lutava, e o outro, tanto faz
Um era assim, o outro não se sentia capaz
Um achava que ia viver, o outro queria morrer
Um se desesperava, outro só esperava
Um contemplava o horizonte, o por do sol
O outro se recolhia em sua caverna
Um olhava as estrelas e a lua
O outro dormia em depressão
Um dizia, vamos, vai dar tudo certo
Enquanto o outro lamentava o azar
Um caminhava pelo lugar
O outro nem queria ver o lugar
Um dizia que isso acontece
Outro perguntava por que acontece comigo
Um agradecia por nada
E o outro reclamava de tudo
Ali, perdidos naquela ilha deserta
Longo tempo passado em vão
Numa noite de lua, frio intenso
Em volta da fogueira
Diante do mar e embaixo do céu
Eles se olharam e eles se viram
O desejo lhes incendiou o coração
Amaram-se a noite inteira
Como se a primeira fosse a última vez
Não sei se viveram ou se morreram
Não sei se saíram daquela ilha deserta
Sei apenas que era uma noite de lua
Que se amaram a noite inteira
A última vez como se fosse a primeira
(Poesia On Line, em 31/05/2010)