SEM ARGUMENTO
Eu não nasci ontem
Já faz algum tempo
E mesmo assim
Sem nenhum argumento
Começam a me contar
Estórias da carochinha
Fazem questão de cantar
Até canções de ninar
E querem que eu acredite
Em papai-noel, fada e duende
Não sei se não enxergam
Mas tenho cabelos brancos
Porém não sou surda, nem cega
Tenho minhas desconfianças
E, também, tenho certezas
Entretanto, não venham me empurrar
Comidinha na boca
Com colher de plástico
Assoprando pra esfriar
Essa sopa de letrinhas
Mas vejam que interessante
Quando pedi um copo d'água
Me trouxeram na caneca
Penso que o melhor mesmo
É eu voltar a brincar de boneca