SEM ARGUMENTO

Eu não nasci ontem

Já faz algum tempo

E mesmo assim

Sem nenhum argumento

Começam a me contar

Estórias da carochinha

Fazem questão de cantar

Até canções de ninar

E querem que eu acredite

Em papai-noel, fada e duende

Não sei se não enxergam

Mas tenho cabelos brancos

Porém não sou surda, nem cega

Tenho minhas desconfianças

E, também, tenho certezas

Entretanto, não venham me empurrar

Comidinha na boca

Com colher de plástico

Assoprando pra esfriar

Essa sopa de letrinhas

Mas vejam que interessante

Quando pedi um copo d'água

Me trouxeram na caneca

Penso que o melhor mesmo

É eu voltar a brincar de boneca

Janete do Carmo
Enviado por Janete do Carmo em 31/05/2010
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