Os dias...

Gosto dos dias... Das estradas soltas... Do gosto que dizes aos meus ouvidos.
Fui... Fluí para namorar a lua... Rodeada pela serpente amarelada... Um anel resvalava em sua volta... Uma muralha iluminada.
Amei os dizeres que brotam das entrelinhas de ti... A voz que acalma... O fluxo perfeito das almas.
Os dias passaram rápido... Vejo as janelas gradeadas pelo tempo... Tenho pouco tempo. Avisto o destino que me calará... Nascemos sós... Sóis por algum tempo.
Olhei pelas lacunas dos meus ditos... Saboreei as gotas de chocolate... As castanhas divididas... Um vento forte que me despe... Contagia.
Perco-me, agora... Olho todos os planos em linhas tortas... Um caleidoscópio espelhado com ambas as faces.
A espera chega ao fim... Guardadas as horas dentro de mim.
Percorri o meu flácido... Pálido moinho. Amanheci com gosto todos os dias... Olhei-te em véus que retiraste... No dourado trigo que lapidaste.
A lua anda mansa... Expectadora de minhas andanças...


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