DESATINO
Entre tantos muros, outros mundos
Entre tantos absurdos, me confundo
Eis que me desapego das dores
E sobrevivo.
Entre tantos risos, regenero-me
Entre tantos guizos, recupero-me
Eis que me reinvento no poema.
Entre mar e céu há uma lua nua
Entre noite e dia, uma verdade crua
Entre nós, um abismo espreita-nos.
Entre o mal e o bem, há um meio termo
E uma verdade que me corteja
Perdulária como um filho pródigo
Uma segunda chance almeja.
Enquanto houver, de esperança,
Um lampejo, cá estarei
E lançar-me-ei ao sagrado beijo
Leal e atrevido_ em desatino.
FMota