HÁ UM TEMPO... PERDIDO TEMPO...


Há um tempo onde o vento não leva sonhos,
não apaga os momentos da lembrança
e a Paz não é só um desejo impossível
de se realizar.
 
Há um tempo onde a escuridão
argenta-se em fios dourados,
matizando de brilhos a solidão
e a luz se propaga intensamente,
pura e renovada.
 
As palavras nunca são reticentes
ou mescladas de ironia
e a felicidade não é utopia.
 
O ar não é pesado com odor de chumbo,
ou enodoado com a fumaça
que a visão embaça
mas sim, leve como o aroma
que da flor exala e gentil se propaga
com  a brisa que passa.
 
Neste tempo, o homem é um mutante ser
que se desprende da finita matéria
e desenlaça em alma etérea,
nos mistérios âmbares do amanhecer
onde se abrem encantos e esperanças,
no eterno da chegada e partida
de quem nunca se fez ausente.
 
No som da voz que nunca foi silente,
na sensatez da consciência
que conhece o rumo exato da existência.
 
Neste nosso atual tempo
onde rufam sons de lamentos,
abraço a noite que se avista
busco o dia  na escuridão que assola
em tristes lamentos,
nos gemidos incontidos
dos que sofrem e choram.
 
Procuro a VIDA...
Busco um Amor que nos acorde
de tempos com cheiros de dor e morte,
cobrindo com  manto acinzentado
um outro tempo encantado...
 
08/08/2006
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 30/08/2006
Reeditado em 16/10/2009
Código do texto: T228893