Meu Soneto.
Meu soneto reprova nas medidas
Erro a conta, no acento comprometo;
Sem licença tropeço nos quartetos
Num deserto sem bardo nem guarida.
Sou talento da lira retorcida
Artifício dos versos que cometo
Em cova rasa pouso meus tercetos
De gramática bruta e homicida.
Eis-me aqui, neste epilogo proposto
Em dez versos paridos no desgosto
Que purgando da dor todo tormento,
Vou fazendo na chave, meu momento,
Treze versos já vão sendo cumpridos
Num soneto que quer ser esquecido.