A MALA DO TEMPO
O tempo leva consigo uma mala
Que ontem era mochila
Amanhã talvez maleta
Hoje, simplesmente mala.
Mas um dia a mala já foi nada,
O tempo andava só,
Pelas ruas tortuosas da vida.
Não carregava nada,
Ora, não precisava.
O tempo era leve, leviano...
Andava, e só...
Quando era assim,
Sorria sem motivos,
Tocava corações,
Ah! O tempo era uma sinfonia
Afinada com o amor de quem nem
Sabia que amor era preciso,
De quem vivia, e só... vivia!
Mas um dia,
O tempo virou inimigo de todos
Todos o queriam guardar nas suas malas
Ora, o que é essencial não se esquece de botar
Mas, ah! O tempo não dá tempo
E carrega a sua
A sua própria mala.
Nela, o tempo leva o que todos esquecem
De por nas suas malas.
Ele é tão poético, que diz que carrega
Carrega, oh! Que pesado?
Não.
O tempo carrega a simplicidade,
E vai andando simples, carregando uma mala
Simples, sorrindo com motivos simples.
Tocando os corações mais simples!
Porque a vida deve ser um dia simples,
Onde o tempo passa despercebido
Carregando uma mala invisível....