CONVERSAS
Lenta será a minha voz
E longa a sua canção...
O que será verdade, transparência,
Se o que se vê é opacidade?
Ainda revestida de realidade,
Eu mesma tracei minha paisagem,
Busquei meu ponto de luz, leve,
(É o que se diz à boca diminuta e douta)
O que um olhar adivinha,
Sobre sua mínima extensão,
O tempo toma forma...
Assim, o sopro de gestos acrescenta,
Em consideração a mim,
Cobri-me de recuos...
Adriana Leal
Texto revisado por Marcia Mattoso
“O homem é só.
Mas constelar na essência.
Seu sangue em outro se transmuta.
Na pedra ressuscita.
No mercúrio se eleva.
E sua verdade é póstuma e secreta.
E essa teia de prata
A mim mesmo me espanta.”
(Essa parte da poesia pertence ao Jorge Lima)