ZELO DE AMAR O DOLOROSO
“O poeta é um fingidor...”
Fernando Pessoa.
Cantar o amor é decantar
o espelho das ausências...
Quando o poema tem
esse ar distraído de que
é possível superar
a falta do que amamos,
percebe-se o poeta
(e sua aura de espinhos)
na ótica rasa do terceiro
destrambelhado.
O outro só olha o feito
e não o teor do escrito.
E dentro de nós somente
o fetiche
de sermos inteiros
imolados
no exemplar bíblico
das dores do Homem..
– Do livro BULA DE REMÉDIO. Porto Alegre: Caravela, 2011, p. 63.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/2285865