AVE NEM CHEIA DE GRAÇA
Ave não cheia de graça
Vejo aquela ave agourenta pousada sobre aquele cruzeiro
Como em suplica a pedir proteção na crescente exterminação
Aquela ave nem cheia de graça de negras penas a luzir
Assiste de cabeça baixa as balas que cruzam a imensidão
Corpos negros espalhados pela longa estrada
Apenas piados longos e tristes, sangue escorre em penas negras.
Abominável homem que carrega e atira, e atira por esporte.
Aquele bicho feito de homem que solto na mata, apenas mata.
Oh, homem que atira e aniquila! Tende consciência.
Não tem olhos para ver, que carnes apodrecem na sua estrada.
Sua mata perde seu aroma, tudo ali exala mal.
Aquele saneamento natural já não se pode ver
Veja os campos que apodrecem por onde você passa
Não se alimenta desta carne não empalha apenas espalha mortes.
Sua fúria indomável à ave negra, indefeso urubu.
Mais um estampido ecoa pela mata como um triste grito
Num voo desesperado aquela negra ave foge desesperada
Voo rasante em direção à sua cidade
Pousa em outro cruzeiro, agora naquele triste cemitério.
Imagina ali aliviar/evitar sua dor, mas cai inerte, sangra é mais uma.
Obs.
Apesar de serem protegidas por lei, estas aves estao sendo dizimadas , ate pela facilidade de presa, quando em seus belos voos planadores, que é uma especialidade delas.
Toninhobira
27/05/2010