SOFIA

Eu amei uma Sofia,

Mas Sofia ela não era.

Quantas vezes amaria!

Quantas vezes mais, me dera!

Onde foi que eu errei?

A Sofia que amei

Não passou de uma quimera.

Veio em forma de um anjo;

Sofria, a Sofia, sem ser.

Enquanto eu seguia amando,

Sofia nem quis saber.

Disse que não mais me amava;

Sorria quando eu chorava;

Sabia, Sofia, sofrer.

Quando conheci Sofia,

Já vislumbrava o fim.

Amava outro de dia;

À noite, amava a mim.

Prometi a Terra e o céu,

Padre, grinalda e véu;

Não me quis, nem mesmo assim.

Mas eis que o destino chegou,

E deu-me uma chance, a guria.

Duas noites de amor;

Quatro dias (!) com Sofia.

De mim, fui o melhor;

Saliva, sêmem, suor;

Fiz tudo o que ela queria.

Só que Sofia é maior.

Não conheço maior que ela.

Não cabia em meu amor.

Não cabia de tão bela.

Porém, a sabedoria,

Já me ensinara, a Sofia,

Morará na minha espera.

Um dia o meu amor será,

Sofia, do teu tamanho.

Se o tempo me ajudar,

Estarás me aguardando.

A quimera de outrora;

Realidade de agora.

Sorrirei, Sofia, amando.