ABANDONO

Naquela viva praça onde a vida passa

Estão mais um dia no mesmo lugar

Lá no portal da igreja, centrados

Quem os consegue enxergar?

Descalços, zanzam pelos mercados

Sinal da impaciência a incomodar

Mais uma vez foram enxotados

Alguém quer se preocupar?

Difusa fome planeja o próximo passo

Turvo olhar, expressão angustiante

Na escola da vida são diplomados

Nesse aprendizado impactante

Ultrajados, vivem a galgar a rosa sorte

Só cegos veem seu triste abandono

Vagueiam sem rumo, sem norte

Todos da rua, filhos sem dono

RAbreu
Enviado por RAbreu em 28/05/2010
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