Condenação
Impossível fugir de mim mesma.
Eu me persigo,
me acompanho,
me condeno a viver comigo.
Não posso fingir que já não sou o que me fiz ser,
não sou tão boa poetiza,
dizem que o poeta é um fingidor,
nem me atrevo a dizer que escrevo,
apenas coloco algumas palavra no papel,
palavras sem sentido, mas que são sentidas.
Tolos os que me dizem que isso passa,
quando passar eu também já terei passado;
assim como a vida que hoje inunda minhas veias
e ilumina minha face.
Já não tenho pretensões infantis,
nem sonhos febris ou desejos primaveris...
apenas me acostumei e aceitei
que o cinza que colore meus dias
jamais dará lugar às cores que inundam as almas alheias,
só dará lugar ao negro do luto de minha própria morte
no ultimo instante aqui eu estiver.