Rico de honra
Existia na beira de um rio,
aluvião em brilho,
que carregava em seu estribilho,
ouro no cio.
O homem trabalhador,
que filtrava com ardor,
de tanto cansaço e usura,
num leito de auricultura,
tinha brilho no olhar,
pois de tanto ouro que via,
todo brilho se perdia,
porque não podia conquistar.
Toda riqueza era refinada,
embalada e exportada,
mandada para países,
que mal tinham raízes,
diretrizes só de lucro,
com algo tão pulcro,
proveniente da terra do trabalhador,
que vendo o seu trabalho,
se contenta com o alho,
o ouro no cio e o seu pudor.
Hoje o trabalhador,
trabalha em outros países.
Vê as pessoas na rua,
com pulseiras brilhantes douradas.
Reconhece o seu trabalho,
trabalho que nunca te conheceu.