Rico de honra

Existia na beira de um rio,

aluvião em brilho,

que carregava em seu estribilho,

ouro no cio.

O homem trabalhador,

que filtrava com ardor,

de tanto cansaço e usura,

num leito de auricultura,

tinha brilho no olhar,

pois de tanto ouro que via,

todo brilho se perdia,

porque não podia conquistar.

Toda riqueza era refinada,

embalada e exportada,

mandada para países,

que mal tinham raízes,

diretrizes só de lucro,

com algo tão pulcro,

proveniente da terra do trabalhador,

que vendo o seu trabalho,

se contenta com o alho,

o ouro no cio e o seu pudor.

Hoje o trabalhador,

trabalha em outros países.

Vê as pessoas na rua,

com pulseiras brilhantes douradas.

Reconhece o seu trabalho,

trabalho que nunca te conheceu.

Felipe Bandeira
Enviado por Felipe Bandeira em 27/05/2010
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