POESIA DESCOMPLEXA

Se você ouvir o que cantei

Cantar o que compus

Ouvir o que contei

Saberá que existe uma cruz

Sem a imagem de um Jesus.

Fique sabendo que o mar

É o símbolo da imensidão

E que ao compor uma canção

Precisa saber cantar

Precisa saber sorrir.

Se um imenso horizonte

É o marco da ilusão

Você deve procurar a realidade

Para que o seu sonho irante

Não se transforme em fatalidade.

Como se existisse um revés

Na dura lei de Moisés

Que usou da tensa repressão

E com o milagre de um toque de bastão

Para salvar uma tradicional nação

Caso nós falemos de Juscelino

Você deve mostrar ao povo

Todo o valor que não é mero

De um homem chamado, Nero

Que destruiu um império.

Se na história de um mundo fodido

Você deve fazer uma prece

Para expurgar o que padece

De ser e de ter uma sorte

Para herdar uma boa morte.

Se no latente ócio da vida

No arbítrio dos donos do poder

Você deve saber dizer

Que o povo carente de estima

Precisa de liberdade para viver.

No látego do gládio falido

Espero que você faça

Um poema que não seja fodido

E também não tenha ofendido

O ócio do verso escolhido.

Aristórbio