A CHUVA
A garoa começou
Como simples nevoeiro,
Como gotas de orvalho,
Como noite de sereno,
Que molha todas as plantas
Mas não encharca o terreno.
A garoa escorreu fina
Na sarjeta, na cortina,
Na calha, no pára-brisa...
Deslizando até o chão
Caminhando em zig-zag
Como em uma serpentina.
A garoa aumentou
Enquanto o tempo passava,
Enquanto o sol não saía,
Enquanto a nuvem cobria,
Tudo aquilo que se via
Dos arranha-céus da cidade.
A garoa virou chuva,
Encheu vielas e ruas,
Fez todo mundo parar.
Os carros a minha frente
Ficaram presos as correntes
Não saíram do lugar.
Esta chuva mais forte,
Que ia de encontro ao norte,
Chamava muita atenção.
A água que escorria,
Pela sarjeta, e sumia,
Parecia um turbilhão.
A chuva então virou
Verdadeiro temporal
Levou tudo na corrente
Encheu rio e canal
Provocou várias enchentes
Deixou pessoas doentes
Sujeiras pelo quintal
Depois de algumas horas
O temporal foi embora,
Tudo voltou ao normal.