Conversa de espelho

Choras, porque este choro acalenta

Sofres, porque bem sei que tu aguentas

Pedes, tentas, se não há outro meio

Vence, acima de tudo, teu receio.

Mas viva, se tu precisas viver

Morra se queres, por tudo, morrer

E não deixes a indecisão bater

Por amor ou até bem-querer

Porque o que fazes é só teu papel

E na tua cabeça, vê-se um tropel

Realidade sempre relativa

Antes de qualquer decisão, viva!

Nossa, tens mesmo tua alma dura

Nunca, com canções, amolecida

Tantas feridas nessa armadura,

Há, acaso, lacuna arrependida?

Eduarda Daibert
Enviado por Eduarda Daibert em 25/05/2010
Código do texto: T2279950
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