QUEM SABE, UM DIA...
Quem sabe
quando
um dia
eu nem seja
nem lembrança
nem nostalgia
deixando
de incomodar
os folguedos
o festejar
de brinquedos
e quem sabe
quando
um dia
eu nem ser
meus atos
meu querer
minha alegria
deixando
de assombrar
o querer
do que querem
que eu seja
faça desaparecer
o motejar
assim, quem sabe
quando
este dia
alvoreça
a semente
porque morta
floresça
perca-se a lenda
e desabrida
compreenda
minha oração
esta cantiga
incerta, torta
mas viva
em meu coração
que reza
porque erra
e quer acertar
farte o conselho
num abraçar
prazer de companhia
só por estar
consigo adiante
Cavalcanti
e/ou Coelho
ou outra nomia
quem sabe
um dia...