FORRÓ DANADO DI BÃO

FORRÓ DANADO DI BÃO

Naquele dia que nos fomo festejá

pra modi comemorá o São joão.

Aquela muié bunita quinem a santa

mi arrastô toda afoita pro meio do arraiá.

Deixei um par de vala lá no chão

qui não era pra modi plantá semente não,

foi meus dois pé dos sapato que riscaro assim a terra.

Eu, fingia qui num quiria,

mas impurrava o corpo im frente

prela num disistí i mi deixá quinem bobão.

Meu coração estava aos pulo,

mas acho qui era pra modi dá conta da emoção.

Tirava o chapéu da cabeça

pra ocupá a minha mão,

mas botava lá dinovo

e a otra logo tamem pegava ele, pra num ficá vazia não.

Quando os meus braço incabuladu

si inchero de valentia

e abraçaro todo aquele corpão,

num quiria era largá mais não.

Nem ouvia as música acabá,

tava lá garrado quinem erva di passarim.

Pelos pulo qui ela dava,

eu pensava qui era seu jeitin di varsá,

mas ela tava mais é saino fora

dos meu pisão no seu dedão.

Até qui a moça rependida do seu feito,

foi logo dano o seu jeito

di mi trocá por outro cabra,

na esperança di continuá na distração.