VIAGEM DO RETORNO DOS ANOS 60 À REALIDADE!
A viagem de retorno dos anos 60
(Vide poesia “VIAGEM DE VOLTA AOS ANOS 60”)
num ônibus noturno e geladíssimo
quase que a figurinha aqui, não agüenta
com os incômodos e ainda, abaladíssimo
não por algum reague, alguma balada,
porém , pela saúde e também pela estrada,
algum alimento ingerido, comida estragada.
Observando da janela a decrescente lua
impavidamente linda, inteiramente nua,
também percebia uma densa neblina,
a tornar o caminho inda mais perigoso,
nem assim , a noite deixava de ser linda
e a viagem a ganhar um toque preguiçoso...
Minha mente viajava mais lépida que o ônibus,
milhões de pensamentos a me possuírem:
ora, eram orações a me elevarem-me Dôminus,
noutra, divagava através do saber popular:
observando a cerração com frases a me tomar:
“Neblina na serra é chuva na terra!”
“Neblina baixa é sol que racha!”
E ao chegar mais pertinho do meu rincão,
adormeci e sonhei com muita emoção...
no sonho, um estupendo dia sem deslizes,
ensolarado e um incrível céu azulado
com nuvens formando figuras incríveis!
Bichinhos de pelúcia, crianças brincando,
trenzinho com fumaça, bonecas bailando!...
Creio que nunca jamais teria sonhado assim,
um sonho encantado e você ao meu lado,
como sempre afim!
E vivendo o que eu, ao seu lado sempre vivi...
Depois, uma imensa bola de sabão a flutuar
e a deslizar no nada, veio em minha direção...
de repente essa bola esbarrou-se em mim!
Plim! Acordei sobressaltado
e o meu sonho fez-se fim...
Por que a gente sonha com o que já viveu
sabendo que nosso sonho-feliz, já mataram...
embora permaneça vivo, cá dentro de nós,
no âmago amargo do nosso “eu”?
E já que se fez finado,
(Requiescat in pace!)
por quê não nos deixar de lado,
a produzir novos sonhos
com personagens renovados?
A gente vive a torcer o nariz
Sonhando e brincando de ser feliz!