Tão louco?

Num texto tão louco, avesso, 
Distante do meu eu,
Ia tecendo a teia que envolvia a
mais bela das sereias, comovida,
Deslumbrada, com as palavras,
Com os versos que eu versava,
Nas suas curvas de tantas belezas!
Como num sonho real,
Ao meu barco solitário,
Segue a linda sereia,
Veio para encontrar-se com
seu maior abrigo, seu oceano, 
Seu destino ou quem sabe, 
Deitar-se nos versos de um amigo!
Veio talvez, pra pernoitar em meu sorriso,
E aquecer a alma de minha mente insana,
Tirar-me do encalho da lama,
Levando-me para os mais belos mares
de águas cristalinas!
Vem minha sereia-menina-linda,
Fascina-me com tuas melodias, carícias,
Faz de mim o seu menino,
Erecto, firme, concreto,
Arranque-me das profundezas,
Lá do fundo do meu certo,
Emerge da alma, a loucura
que acalma num e outro
momento terno, cheio de magia,
de versos e alegrias que percorrem
as veias desse poeta tão louco!
Mais do que louco, um homem-menino,
Que nas areias de uma praia deserta,
Senta-se todas as noites, chora e chora...
A espera da sereia que nunca veio!

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 29/08/2006
Reeditado em 29/08/2006
Código do texto: T227830
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