Introspecção

A tez forjada no bronze, herança do ventre de mãe África;

Traços firmes, angulosos, olhos miúdos e serenos,

Os lábios se entreabem desenhando risos e sorrisos,

Ou a desatar a língua em torrentes de palavras.

Um convite à confissão, onde for

Não se permite desistir, ainda que fraqueje

Extrai força quem sabe se dos cabelos crespos,

Rebeldes, domados, trançados, ou não.

Os joanetes destacam-se na paisagem dos pés,

Quem dera fossem riqueza, herança de família

Ainda assim, compõem o que sou;

Para além das vivências, pertencimento.

Um amor sobrenatural, dedica-me, encoraja-me

Revela-se a cada dia, fiel e perfeito;

Cuida da minha existência, do meu consolo,

Embala cuidadosamente minhas desventuras!

Um toque, um afago, um aceno

Lapida-me como jóia preciosa que não sou,

E eu te percebo constante, dedicado;

Imperfeitos traços de um Perfeito Amor!