por uma força que eu desconheço
se mudas o timbre da palavra
as nuvens se retiram
ficam no colo do céu caídas no chão
se um véu te cobre
é quando o inesperado acontece
aceito o que vai me propor
e prometo o que pensaste
se vens no voo de uma andorinha
florescem galhos, fios da semente
a terra fortalece a raiz
o pensamento afofa o seu pousar
o que devo fazer
é o que me procura nesse ninho
se descansas da noite
vivendo o dia
com o mesmo entusiasmo
o sol se enche de estrelas
e te faz noite desse dia
se chegas com o vento afoito no laço
puxando a toalha do chão
arrastando calçadas
dividindo corpo e alma
razão e emoção
vou escorando minhas paredes
cantando uma canção
por uma força que desconheço
e sutilmente me reconhece
imediatamente
profundamente