VIAGEM DE VOLTA AOS ANOS 60
Vim de longe, vou mais longe
para ver sempre o que é bom,
assim, fui de Araci a Conquista
e na conquista da amizade bem quista,
há um amor que avizinha e se avista.
Adentrei no teatro como tolo,
de lá retornei como um monje
numa viagem feliz da mente,
da visão e de todo ser premente...
coisa assim tão pertinente
peculiar ao coração!...
De volta à minha conquista
sem desviar da minha pista
dos carinhos que imaginei
e revisitei Elvis e James Brown
bem como e também nossa Celly
nocauteei-me a cada rounds
dos anos dourados da vida,
desde quando e de lá pra cá, então cresci...
Reportado à minha infância
com requintes e com pujança
montado na garupa da vespa,
com a garota que escolhi...
um espetáculo de ballet
no qual eu só me entreti...
Cada cena uma surpresa
parecendo uma represa
de lágrimas, quase e quase... a explodir.
Foi então que me notei
escabriado chorando
lágrimas em mim brilhando
eis o sentido do existir...
Dancei o Sreet dance e o hip hop
refrestelado, embora preso na poltrona
reforçado em belezura
no sentido à bela dona
que entre todas bailarinas,
se destacava em formosura
a lembrar-me 1001 noites
nos cenários de arabesque
tendo amores como teste...
No final os cumprimentos
de Laís, a bailarina,
aquela doce menina,
que um dia eu conheci
em Vitória da Conquista,
por favor, tô dando a pista
de um amor que não esqueci!
Ela, bailando tão linda,
visão no palco, divina!
Então do sonho, acordei...
mas trago então, a realidade
sendo ela o espetáculo,
nosso amor qual um oráculo
digo num tom profético
que só mesmo o ser poético
na saudade, eu ficarei,
posto que daqui pra frente,
eis que assim, eu viverei.