Lutando contra as correntes

A vida deveria ser apenas prazer.

Não deveria haver tanta luta.

Pois que lutar cansa e se a vida é luta, eu não quero me cansar.

Mas, por mais que eu queira, não consigo: acabo me cansando.

Nas garras do sofrimento, causados pela injustiça, lá vou eu: mergulhando num mundo sem coração.

Nas garras da desigualdade, da violência e da miséria, lá vou eu: seguindo por caminhos e rumos que não escolhi.

Falo de coisas, reproduzo valores, dito palavras; as quais não me foram dadas, mais impostas.

Eu vivo mergulhado nas garras da repressão.

A vida deveria ser liberdade, mas ficamos preso a padrões de normalidade.

Nos prendem com falsos modelos, falsas promessas, falsa moralidade.

Nos prendem em laços firmes e bem amarrados: nos forçam a ser o que não queremos ser.

Eis que estamos todos presos, companheiros!

Estamos presos sobre os grilhões da tal civilidade.

Pois, que a cidadania é apenas um sonho, um desejo.

Temos que lutar contra tudo: contra esse mundo sujo e imundo.

Temos que lutar hoje, amanhã e sempre.

Mas, pera aí, em que hora poderemos deixar de lutar e começarmos a viver?

Pois que lutar é necessário, para arrumarmos melhor as coisas dessa vida.

Mas, lutar cansa e se a vida é luta, eu não quero me cansar jamais.

Pois, que para nos livrarmos de nossas correntes é preciso lutarmos contra o cansaço.

É preciso arrancarmos força do fundo de nossa alma.

É preciso mergulhamos em novas águas.

É preciso desbravarmos novos caminhos.

Pois, que se a vida é luta e se lutar cansa, eu não quero me cansar jamais.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 24/05/2010
Código do texto: T2276038
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