INERENTE

Por trás do poema

Enxerguei um vazio

Como se as letras

Estivessem suspensas

Não vi nenhum fio

Comandando as palavras

Como marionetes

Encenando num pequeno palco

Dançavam a triste tragédia

Choravam a alegria bendita

Os versos assumiam seus personagens

Antagônicos no dia a dia

Como se fosse uma transparência

Exposta numa galeria de arte

Mostrava o íntimo do poeta

Com a travessura de um brinquedo

Os olhos, por fim, fizeram contato

Com o material utilizado

Onde o poema foi depositado

Ele era só sentimento...

Janete do Carmo
Enviado por Janete do Carmo em 24/05/2010
Código do texto: T2275723