Não!Não me arrependo!


Não!Não me arrependo de nada,
Tudo que fiz, foi de livre vontade!
Fui Senhora e Mestra nas minhas decisões!
Criei, maturei minhas próprias paixoes!
Entreguei-me, fui á luta!
.
Em determinação absoluta,
Na busca do Amor ,
Aventurei-me, resoluta,
acreditei em tudo,
o que a minha mente cega, quis ver!
Recusei avisos, ensurdeci alertas,
Deixei as portas abertas,
e na minha fragilidade carente,
deixei-te entrar… Instalaste-te!!
.
Ocupaste, como a noite em manto,
A minha vida, cada canto,…
mesmo os mais reconditos,
Mesmo os que mantive na penumbra do esquecimento
para me poupar!
.
Convenceste-me que eras o Sol,
Que eu seria sempre a tua venturosa Lua,
Que nosso dueto seria sublime, imortal!
.
Tocaste , controlaste, usaste,
despojaste minha alma nua,
Dispuseste de mim, despoticamente,
como se fosse propriedade tua...
E esqueci-me de mim!
.

Fizeste-me sentir Deusa, chamaste–me Musa,
Mas como um parasita, que dos outros se usa,
Fizeste-o para satisfazer
tua lúxuria de sofrimento alheio,
vampiricamente retirando de mim,
a última gota de sangue puro.
.
Cravaste sem dó, mil adagas no meu peito,
Vociferando insultos , vilipendiaste,
Entregaste devoluto, um Amor que conspurcaste,
Que inventaste sentir, pelo prazer de ferir.
Acusaste-me dos teus próprios crimes,
Das tuas próprias alucinações,
Isolaste-me!
.
Bebeste vilãmente, até á ultima gota,
Toda a frescura cristalina das lágrimas,
que ainda ousei verter!
Insurgiste-te, contra tudo de mim,
Quiseste garrotear a voz, que ainda me sobra…
Tentaste vilmente, denegrir de outros poetas , a obra,
Só para me atingir!
.
Só me restou fugir…!
Fugir da tua insanidade, da perversidade que cultivas,
Fugir dos cantos “dolorosos” do cisne tornado abutre,
perdido nos círculos das próprias intrigas,
Grasnando, confuso, guturais demências!
.
Exiges agora que o mundo te escute,
me condene de novo, em praça universal!
Com albarda de cordeiro sofredor,
lanças-me pinceladas das tuas próprias cores,
tentas contaminar-me do teu próprio mal.
.
Acusas-me de falsos amores,
traições e compulsão!
Bates com a mão no peito,
no altar do Senhor , dizes-te eleito,
Usas o Seu Nome em vão!
.
Mas Satanás é teu companheiro,
Morres com ele o dia inteiro,
Renascendo em novos ataques,
Ofensas e agressões!
.
Mas, apesar de todos os azares
Que a vida me reservou,
Aprendi a reerguer-me!
Demore eu esta vida e mais outra,
Não me calarás a boca,
Nem me castrarás a voz,
Nem o meu amor me comprarás!!
.
Por isso, até mesmo agora,
Que andas por ai fora,
Destruindo toda a vereda ,
que eu tente caminhar..
De nada eu me arrependo,
E estou certa que um dia,
Reaprenderei a Amar!!

Maio/2010