Hora de voltar

Tudo bem acabou,

É hora de voltar para casa.

Discussão para economizar uma grana.

Abdicação do conforto do taxi.

O ônibus está vazio,

Vamos aproveitar.

O veículo escureceu de foliões,

Vou à frente rezando com o motorista,

Vamos voando,

Mas meu medo fez a estrada nunca terminar.

A cada segundo o terror se manifesta,

Conheci a violência psicológica,

A agressão física,

A separação dentro da própria classe.

Indivíduos vizinhos e que se contrastam.

O ambiente insólito parece uma tortura,

Os gritos de domínio,

Arrepia a pele, a alma, a razão.

Nem fechando os olhos sentíamos alivio.

Meus conviventes passageiros,

Não liberam e não se intimidam,

Falam de ações maliciosas.

Citam mortes, drogas, e suas profissões,

Se alguém se intrometer o revide não é manso.

Pronto conheci o caos que fingia ou encobertava,

Vou para casa.

Êta, não vão liberar a parada para o ponto.

E agora?Onde vou parar?O que vão fazer comigo?

(Melhor não responderem)

A aparência seduz e ganho oportunidade,

Desce logo todo mundo,

Que o dia foi gracejado.

As pernas tremem,

As mentes não querem registro,

Dessa experiência.

Mas já estamos condenados.

Para finalizar a madrugada,

Ainda com os postes acessos,

Andamos em grupos alternados.

Diante do instrumento metálico direcionado,

Visualizo nossos corpos inválidos e gelados no asfalto.

Com imprudência eu corro,

Todos me seguem.

Sigo para qualquer lugar distante dos homens,

Eles ordenam e alguns se imobilizam.

Eu não consigo, meus pés se garantem.

Mas um chamado me estagna-me,

Meu sangue no outro corpo me segura,

E sintoniza que são amigos da lei.

Com insignificante ar pela raça,

Noto que suas desprezadas fardas não estão presentes.

Não sei quem é quem.

Fico em companhia de ladrões.

E corro de policia.

Aonde fui parar?

Veronica Ribeiro
Enviado por Veronica Ribeiro em 23/05/2010
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