Travas do presente

Sob os paralelepípedos,

Volto outros tempos.

E subindo a ladeira,

Senti-me familiarizada.

Os gritos nos troncos,

O pulsante ódio envolvido,

No tecido epitelial,

Não cederam os grilhões do mercado.

Com um toque nas paredes do século XIX,

Observo que a organização política,

É insolente e conveniente.

Os personagens apenas se renovam.

Não devo ter voltado a nada,

Continuo a ver amargura nos olhares.

Se, evoluíram os processos técnicos de produção,

A tecnologia e a sociedade física em termos de racionalidade,

Percebo que as emoções se atrasaram.

No ranking do respeito e justiça,

A porcentagem se envergonha,

Pelo valor decadente.

Reconhecer que o tempo só ascendeu,

E intensificou as expectativas do passado,

É um toque angustiante e imobilizado.

Há travas que não tem segredo.

Veronica Ribeiro
Enviado por Veronica Ribeiro em 23/05/2010
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