A Gregório de Matos
Lendo Gregório de Matos,
Aprendi uma boa lição.
Compreendi que há ligação —
Entre o mangue e o mar. Oblatos
Desordeiros com aparatos
No combate às grandes guerras;
Os fariseus querem as terras,
P’ra oprimir os delinquentes,
Que nunca estarão contentes,
Por viverem em grandes serras.
Sobrevivem em grandes morros,
Os que ainda são de cor!...
Mas onde estará o amor
De uma nação sem socorro,
Que trata tal qual cachorro,
Os que defendem sua pátria?
Vão morrendo como párias,
E deixando um mar de lama
Secar sob o chão de grama,
E uma cruz por sua diária.
Mãe gentil... Oh! Pátria amada!
Quanto ouro há de perder
Nas transações do poder,
No abismo de luta armada,
Em tratados de tomadas,
Onde ruge o Rei Leão... —
E toda a devassidão
Nas emaranhadas cortes —
Que embolsam os cofres-fortes
P’ra cambada na esplanada!?
Caro Gregório de Matos:
Os vis que o apedrejaram
Co’a indiferença, mamaram
O fel dos marechalatos,
Que zombavam dos mulatos,
Prostrados no tronco a ferro;
Ao longe se ouviam os berros...
E o chicote que estalava!...
Usavam também uma clava —
Por apreço aos baronatos!