Perpetuação da Beleza
O tempo passou e não carregou você,
deixou o seu perímetro melhor,
fogueou sua áurea e seu corpo,
me fez seu seguidor e servo poeta.
O tempo passou e não enrugou seu espelho,
não amarelou seu sorriso, tão pouco a voz,
foi depreciada, com certeza mais sábia,
escolhendo mais o momento, porém ativa.
O tempo passou e passamos a nos visitar,
por dentro, viagens ao fundo do corpo,
achando os tesouros dourados das almas,
clareando escuros, apagando frustrações.
O tempo passou, mas lapidou você,
em escultura divina, indestrutível,
perene estátua de células arfantes,
com um sorriso de fêmea satisfeita.
O tempo, sedutor, seu artista, seu autor,
me deve a conta por cedê-la como modelo,
me deve a volta das luas que se passaram cheias,
Imperdoavelmente, me deve outra vida ao seu lado.