FIGURAS DO MEU PENSAMENTO

Desfilando em meu pensamento

Palavras livres, soltas na mente

Perco-me em meu alheamento

Colhendo-as todas, avidamente

Abraçando as palavras queridas

Beijo os recursos que me dão

Que ora acariciam as feridas

Ou, ora ferem forte o coração

Ora fazem-me chorar de alegria

E tristes, cantam minha solidão

Zombo delas, as visto de ironia

Choro, rio, desdenho da ilusão

Exploro-as na antítese que alia

Todos meus sentidos opostos

Se morro de amor nos versos

E vivo do meu amor à poesia

É preciso às vezes interromper

E em breve apóstrofe suplicar

Tende dó, poesia, do meu ser

Nunca me deixe de ti abdicar

Mudas, prosopopéia parecem

Palavras que gemem ansiosas

Por versos que as enobrecem

Ávidas e da poesia sequiosas

Há sofrimentos, perco a calma

Se a inspiração vai, se ausenta

Entrego a Deus a minha alma

Neste eufemismo que sustenta

No pensamento, palavra e figura

Dos sentidos uma pura gradação

Sou pobre, sou nada, sou agrura

Se não sou poeta, sou só ilusão

Celêdian Assis
Enviado por Celêdian Assis em 21/05/2010
Reeditado em 28/02/2011
Código do texto: T2271622
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.