Passageiro

Onde estás ó razão de minha vida?

Travessias por caminhos esquecidos,

noites de sonhos e pesadelos,

olhares e rostos que se perdem.

Saudades, abraços e despedidas...

Sei que serei como a nuvem

que se transforma e passa.

Meu pensamento me ronda.

Enquanto há vida, há vigília.

Haverá sempre uma força

inexplicável e estranha

no descer da chuva

e no subir da fumaça.

Em silêncio a transformação.

Irei para o infinito

quando as velas se apagarem.

Ficarei no esquecimento

em meio à aflição e lágrimas,

a cerimônia da despedida.

Flores terei na minha saída.

Ninguém mais se lembrará de mim.

Helmuth da Rocha
Enviado por Helmuth da Rocha em 21/05/2010
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