DOCE PALHAÇO

Na cidade onde eu nasci

Havia uma loja de doces.

Eu ficava encantada

Com aquelas guloseimas.

Só de olhar a vitrine

Meus olhos açucaravam

E a boca salivava.

Mas logo vinha o aviso

Uma lágrima salgada

E tirava o doce da boca

Na melhor parte do sonho.

Um palhaço que passava

divulgando o novo circo

Vendo a minha tristeza

Fez uma cara engraçada

E eu cai na gargalhada.

Foi ali que eu entendi

Que para ser doce

Não precisa ser açucar.

Nunca mais chorei

Ao olhar a tal vitrine...