Vida de índio

Minha oca tá ôca

na boca do mato

Eu não mato meu bicho

Na boca do lixo

E o meu curumim

Que já ta meio assim

Tem escola na vila

Ensinar maravilhas,

Aprender trabalhar,

Recomprar minha terra

Mas sem toque de gerra.

Adestrar e cuspir

Minha alma xinfrim,

De tupi guarani,

De tupã, de Jaci

E Araci que eu nem vi.

Aprender mastigar

Sem poder engolir,,

Aprender vomitar

Só depois de apertar

Sua mão sem querer.

A dar conta de contas,

De contar piadinhas,

Degustar o desgosto

Do imposto sem gosto,

Só fazê o tal do bem

Nunca olhar mais aquém,

Não comer mais ninguém,

Por o bicho na sal,

E o cocar no varal,

Isso não ser normal.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 21/05/2010
Reeditado em 09/06/2010
Código do texto: T2269793
Classificação de conteúdo: seguro