Teu Nome Ausente
Diante de meus olhos,
Teu nome mágico e inerte
A despertar-me poesias,
Cristalizo-te em meu olhar
E celebro-te nos subterfúgios
Reverencio teu silêncio,
Guardo-te dentro de mim
É desta forma que apreendo-te
Nos recônditos de meu ser
Silencio e já não ergo a voz
Minhas mãos já não acenam o adeus,
Apenas e inexplicavelmente, espero-te
Ensaio incansável os gestos de tua chegada
Já não te anseio, mas sei de ti
Basta perscrutar a presença
e um nome ausente,
Tranqüilizas-me, deixas-me quieta,
Aprendendo a te querer de mansinho
Condenso-te e transformo-te
Em nuvens de um céu apenas nosso
E pressinto-te vasto em mim
Num amor que me invade e me toma
Sem pedir licença ou perdão
Sem dar-me trégua ,
E é assim que nem tudo é pão,
Mas do que vem de ti, alimento-me
Nutres-me e fermento o sonho
E deste sonho dou vida ao que preciso
Para viver ,ainda que ausente,
Junto os pedaços, vazios da ausência
E construo o horizonte de um novo amanhecer
E de novo tudo brilha em meu olhar,
Aqueço-te dentro de mim,
Ainda podes surpreender-me