Insônia
Não durmo
porque não quero que acabe o dia.
Para que o próximo despontar de sol,
que ilumina os passos lentos,
repletos de cansaço e desilusão,
resplandeça sobre a mesma realidade
do dia anterior,
que ainda não está acabado.
Às vezes,
quando a noite alcança sua máxima escuridão,
e ouço pios de corujas perdidas
ou grilos anunciando mais uma chuva que vem,
recolho-me aos aposentos.
Para que, com o primeiro raio de sol,
possa me animar,
e trilhar um caminho diferente.
Com azulejos regulares e planos,
brilhantes como minha alma,
essa que sempre espera um novo dia,
para prolongá-los
com mais tranquilidade e paz.
25/11/09