Por baixo do espelho d água

É um afogamento constante

O desespero bate, os músculos tencionam

Então água engole a vida em alguns instantes

Tudo fica sereno. E sua fuga mais uma vez funciona

Mas amanhã você acorda pra morrer de novo

Neste eterno cinza paulista isto pouco importa

Se é uma banheira, sua pia ou um poço

Não há ninguém, é ligar o som e fechar a porta

A luminosidade que atravessa o espelho d água

É pura ilusão,

Não é nada

Nada alem de solidão, você com sigo mesmo

A luz mais uma vez se apaga

Dois palmos de água para um novo recomeço