Cetim de Olhares*
Cruza-me o peito uma estrela cadente
Tinjo-me nas quenturas em ondas
Visto de sombras o areal das memórias
A mente vaga absurda e inclemente
Agonia crepuscular é mera trajetória...
Habita-me a neblina como cegueira
Flutuo entre cais de sonhos
Prendo-me no brilho embaciado das estrelas
Acaricio ouro na urdidura dos olhares
As luas, tão perfeitas, prateiam mares...
Cerebrais são as paragens
Céu de luz é facho que fascina
Ocultam, astros doirados, raízes
Amantes, dão-se em sinapses
Tecidas em fios de brumas
Nenhuma órbita é vazia
Num tapete azul de formosura...
Karinna*